quarta-feira, 27 de outubro de 2010

DECÁLOGO DA SERENIDADE

1. SÓ HOJE : Procurarei viver exclusivamente o dia, sem querer resolver os problemas da vida todos de uma vez.

2. SÓ HOJE : Adaptar-me-ei às circunstâncias sem pretender que as circunstâncias se adaptem todas aos meus desejos.

3. SÓ HOJE : Cuidarei do meu aspecto; serei cortês nas minhas maneiras; não criticarei ninguém e não pretenderei melhorar ou disciplinar os outros, mas apenas a mim mesmo.

4. SÓ HOJE : Serei feliz sabendo que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas neste também.

5. SÓ HOJE : Farei pelo menos uma coisa que não desejo fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que nada se prolongue.

6. SÓ HOJE : Dedicarei 10 minutos à leitura, recordando que, como o alimento é necessário para o corpo, também a leitura é necessária para a alma.

7. SÓ HOJE : Farei uma boa acção e não direi nada a ninguém.

8. SÓ HOJE : Farei um programa detalhado. Não o cumprirei completamente, mas ao menos o escreverei e evitarei duas calamidades : a PRESSA e a INDECISÃO

9. SÓ HOJE : Acreditarei (ainda que as circunstâncias demonstrem o contrário), que A PROVIDÊNCIA DE DEUS OCUPA-SE DE MIM como se nada mais existisse no mundo.

10. SÓ HOJE : Não terei medo de gozar o que é belo e acreditarei na bondade. Posso FAZER O BEM durante doze horas. O que me desencorajaria seria se pensasse ter que fazê-lo durante toda a minha vida.

(João XXIII)

domingo, 24 de outubro de 2010

A missão ad gentes renova a Igreja inteira


Este ano pela primeira vez tive a graça de celebrar o Dia Mundial das Missões em terra de Missão. Celebrar este dia aqui em Gilgel Beles é antes de mais dar graças a Deus por estar aqui, por partilhar a minha vida com esta gente. Mas sobretudo, e disse-o na Eucaristia aos nossos cristãos, agredecer por todos aqueles que nos transmitiram Jesus e a sua mensagem. Agradecer por todos aqueles que ainda hoje continuam a passar de aldeia em aldeia a anunciar o Deus da vida, os catequistas que merecem todo o nosso apreço. Sem eles pouco, muito poucopoderíamos fazer.
Para mim este dia ficou também marcado por um novo “passo” no meu “ser” missionário. Hoje pela primeira vez fiz a homilia em amárico, a língua nacional da Etiópia. Claro que precisei do catequista para traduzir em gumuz, mas foi um novo passo nesta aventura...
Deixo aqui um excerto de uma entrevista a D. António Couto, presidente da Comissão episcopal para as Missões a proprósito da missão Ad Gentes.
“Se o mandato de evangelizar todas as pessoas constitui a missão essencial de toda a Igreja, então a missão tem de ser o horizonte permanente e o paradigma por excelência de toda a dinâmica e empenhamento pastoral, enervando os nossos programas pastorais. E o partir em missão, numa Igreja local que se assume como sujeito primeiro da missão, permanece como paradigma do compromisso missionário da Igreja, que assim vive e manifesta a sua solicitude por todas as Igrejas. Ao contrário daquilo que os pressupostos que parecem presidir à pergunta possam dar a entender, a missão ad gentes não empobrece a Igreja local, mas «renova-a, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. A fé fortalece-se, dando-a», de acordo com as palavras luminosas de João Paulo II, na sua Carta Apostólica Redemptoris Missio (7 de Dezembro de 1990), n.º 2. É outra vez o estilo que é decisivo. A missão ad gentes não é tanto uma maneira de demarcar espaços a que haja que levar o primeiro anúncio do Evangelho, mas é mais o modo feliz, ousado, pobre, despojado e dedicado de o cristão sair de si para levar Cristo ao coração de cada ser humano, seja quem for, seja onde for. É este estilo, esta maneira de ser, que deve informar cada cristão e todas as comunidades cristãs.
As consequências práticas para a vida eclesial e paroquial são profundas e intensas, requerendo uma nova sensibilidade evangelizadora obrigatória e não arbitrária. Antecipando-se a previsíveis dificuldades e reservas, alertou bem o Papa João Paulo II que nenhuma Igreja particular, de antiga ou de recente tradição, «se deve fechar em si própria», adiantando logo que «a tendência para se fechar em si próprio pode ser forte». E, no que se refere às Igrejas antigas, advertiu que, «preocupadas com a nova evangelização, podem ser levadas a pensar que agora devem realizar a missão em casa, correndo assim o risco de refrear o ímpeto para o mundo não cristão, sendo pouca a vontade de dar vocações aos Institutos Missionários». A estas Igrejas, o Papa lembra que «é dando generosamente que se recebe» (Redemptoris Missio, n.º 85). E a Congregação para o Clero, na sua Instrução Postquam Apostoli (25 de Março de 1980), n.º 14, já tinha advertido que «a Igreja particular não pode fechar-se em si mesma, mas, como parte viva da Igreja Universal, deve abrir-se às necessidades das outras Igrejas. Portanto, a sua participação na missão evangelizadora universal não é deixada ao seu arbítrio, ainda que generoso, mas deve considerar-se como uma lei fundamental de vida; diminuiria, de facto, a sua energia vital se, concentrando-se unicamente sobre os próprios problemas, se fechasse às necessidades das outras Igrejas». E o Papa Bento XVI acaba de nos advertir, na Homilia da Santa Missa celebrada na Praça dos Aliados (Porto), em 14 de Maio de 2010, que «nada nos dispensa de ir ao encontro dos outros», pelo que «temos de vencer a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos, ou julgamos ter, de nosso e seguro», lembrando-nos ainda que isso «seria morrer a prazo, enquanto presença da Igreja no mundo, que, aliás, só pode ser missionária».A missão ad gentes potencia e renova a Igreja inteira em todos os aspectos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

DEUS É FIEL

Hoje 26 de Julho é o aniversário da minha ordenação sacerdotal.
É um dia para lembrar a passagem de Cristo pela minha vida e as muitas pessoas que ao longo destes anos me ajudaram e continuam a ajudar na minha resposta ao Deus da Vida sempre fiel, apesar das nossas tantas infi delidades.
Obrigado meu Deus, obrigado a cada uma das pessoas que puseste no meu caminho e que me ajudam e viver o meu sacerdócio!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Bispos de Portugal, tenho uma coisa para vos dizer!

Como missionário Comboniano estou  na Etiópia mandado pela Igreja de Portugal, a qual me sinto ligado e acompanho de perto por quanto me é possível.
Eis aqui um texto de D. António Couto, bispo Auxiliar de Braga que penso nos dá um belo estímulo para o nosso testemunho cristao na sociedade:


1. No espaço de dois anos e meio, o Papa Bento XVI fez aos Bispos de Portugal dois interessantíssimos discursos: o primeiro, em Roma, em 10 de Novembro de 2007, durante a Visita ad Limina; o segundo, em Fátima, em 14 de Maio de 2010, durante a Visita Apostólica a Portugal.
2. No discurso de 2007, o Papa trouxe para primeiro plano a construção de uma Igreja de comunhão e participação, em que os seus membros não fiquem perdidos e entretidos nas pregas do tempo e da vaidade a discutir quem é o primeiro, mas se ocupem verdadeiramente nas coisas de Deus e no testemunho de Cristo, começando por apostar numa nova e fecunda iniciação cristã, que não vá deixando pelo caminho cada vez mais crianças e jovens. Mais do que os discursos e as ideias, é o encontro testemunhado com a Pessoa de Cristo que é determinante. Era este o caminho, o método.
3. No discurso de 2010, Bento XVI, serenamente feliz, começou por apresentar o Papa como alguém que vive, não para si mesmo, mas para a presença de Deus no mundo, coram Deo e coram hominibus. Esta atitude faz toda a diferença. Por isso, insistiu que os Pastores não podem ser apenas pessoas que ocupam um cargo, mas têm de sentir-se responsáveis pela abertura da Igreja à acção do Espírito, como a harpa de David exposta ao vento do Espírito, de onde saem sempre as mais belas melodias.
Sentinelas atentas, portanto, aos novos movimentos e novas formas eclesiais, que o Espírito vai despertando, e que vão transformando o «inverno da Igreja» em nova primavera.
4. Coram Deo e coram hominibus. Difícil postura, sem equilibrismos, ao mesmo tempo contemplativa e profética. Testemunhal sempre. E Bento XVI voltou a lembrar que os discursos e apelos aos princípios e valores cristãos, ainda que necessários e indispensáveis, não chegam ao mais fundo do coração da pessoa, não tocam a sua liberdade, não mudam a vida. Aquilo que fascina, referiu, é sobretudo o encontro com pessoas crentes que, pela sua fé, atraem para a graça de Cristo, dando testemunho d’Ele.
5. Por isso e para isso, Bento XVI lembrou aos Bispos o caminho pastoral que se propuseram fazer: oferecer a todos os fiéis uma iniciação cristã exigente e atractiva, radicada no Evangelho, e que venha a ter reflexos na vida pública. Por isso e para isso, lembrou ainda o Papa, é necessário um novo vigor missionário de todos os cristãos, chamados a formar um laicado maduro, empenhado na Igreja e solidário no coração do mundo, onde devem ser verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo, e referiu a propósito, os meios políticos, intelectuais e dos profissionais da comunicação.
6. Mas também é fundamental o testemunho da alegria, da caridade e da esperança no mundo deste tempo, com tantas e tão acentuadas carências sociais, com tantas pobrezas, onde sobressai a falta do sentido da vida.
7. Enfim, os Bispos de Portugal devem ser mestres e testemunhas, mestres porque testemunhas, exercendo sempre a sua paternidade episcopal, antes de mais com os sacerdotes, mas também com todos os fiéis, não descurando a denúncia profética e o seu papel de sentinelas que velam pelo rebanho e conduzem o rebanho, sem esquecer a atenção de privilégio que devem sempre saber dar à ovelha perdida. Isto porque, a grande referência para o Papa, para os Bispos e para todos os cristãos é Jesus Cristo. Sem Ele, disse em jeito de desabafo o Papa na Homilia da Santa Missa celebrada no Porto, no dia 14 de Maio: quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado!
8. Glosando o título deste breve texto, retirado das palavras certeiras de Jesus que dissolvem os pensamentos tortuosos insidiados no coração do fariseu Simão (Lc 7,36-50), os Bispos de Portugal foram desafiados a verem, para além das muitas acções que vão realizando neste país e neste tempo (a mulher do Evangelho acima citado realiza seis!), a sétima, que é a grande acção da Graça de Deus que há-de ser sempre o fio condutor da sua vida de Pastores, de bons Pastores. Portanto, só estando verdadeiramente e sem subterfúgios e sem intervalos coram Deo, se pode estar também verdadeiramente coram hominibus, prestando a esta humanidade sofrida e desalentada um verdadeiro serviço de qualidade.
9. Para lá dos conteúdos dos discursos com que nos brindou, o maior realce tem de ser posto, todavia, também para que os discursos sejam verdadeiros, no facto de Bento XVI ter sido no meio de nós testemunha qualificada da acção da Graça de Deus em acção no nosso mundo.
D. António Couto, Bispo Auxiliar de Braga
in http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=80141

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Celebrar a vida doada com amor


“Este Coração (de Jesus) adorável, divinizado pela união hipostática do Verbo com a humana natureza em Jesus Cristo nosso salvador, livre sempre de toda a culpa e rico em toda a graça, não conheceu um instante desde a sua formação em que não palpitasse com o mais puro e misericordioso amor pelos homens. Desde o sagrado berço de Belém, apressa-se a anunciar pela primeira vez a paz ao mundo: menino no Egipto, solitário em Nazaré, evangelizador na Palestina, partilha a sua sorte com os pobres, convida os pequenos e desafortunados a que se aproximem, conforta e cura os doentes, devolve os mortos à vida, chama ao bom caminho os extraviados e perdoa aos arrependidos; moribundo na cruz, na sua extrema mansidão reza pelos seus crucificadores; glorioso ressuscitado, manda os Apóstolos pregar a salvação ao mundo inteiro.
Este coração divino, que tolerou ser atravessado por uma lança inimiga, para saírem do seu lado aberto os sacramentos com que se formou a Igreja, de nenhum modo deixou de amar os homens, mas vive permanentemente nos nossos altares, prisioneiro de amor e vítima propiciatória de todo o mundo.”
(S. Daniel Comboni, Escritos 3323-3324)

Celebramos hoje a festa do coração de Jesus que este ano coincide com o encerrammento do ano dedicado ao sacerdócio. Um tempo em que tivémos oportunidade para reflectir, rezar e viver de especial forma quantos, como Jesus Bom Pastor, dedicam a sua vida com generosidade para que outros vivam.
Feliz (ou infelizmente) fomos confrontados também com as notícias que nos assaltaram de casos de sacerdotes cuja fidelidade a Cristo e ao Evangelho deixa muito a desejar. Estou convencido que a todos nos ajuda a renovar o nosso SIM com generosidade e a abandonar a tibieza de algumas nossas opções e/ou porventura acções e a continuar a missão que nos foi confiada com uma esperançarenovada. Somos portadores de um tesouro muito mais importante que as nossas fraquezas.

Desejo-te caro irmão sacerdote que o Senhor te conceda de ser um pastor segundo o seu coração, fazendo tuas estas atitudes de Jesus:
ü  A Sua doação incondicional ao Pai
ü  A universalidade do seu amor pelo mundo
ü  O seu comprometimento com a dor e a pobreza dos homens.

Boa Missao!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sede de Deus


Salmo 42: Sede de Deus
Como suspira a corça pelas águas correntes,
assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
Quando poderei contemplar a face de Deus?
Dia e noite as lágrimas são o meu alimento,
porque a toda a hora me perguntam:
«Onde está o teu Deus?»
A minha alma estremece ao recordar
quando passava em cortejo para a Casa do Senhor,
entre vozes de alegria e de louvor
da multidão em festa.

Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?
Confia em Deus: ainda o hei-de louvar.
Ele é o meu Deus e o meu salvador.

A minha alma está abatida:
por isso, penso muito em ti,
desde as terras do Jordão e dos montes Hermon e Miçar.
De abismo em abismo ressoa
o fragor das águas revoltas;
as tuas vagas e torrentes passaram sobre mim.
Durante o dia, o Senhor há-de enviar-me os seus favores,
para que eu reze e cante, à noite, ao Deus que me dá vida.

Quero dizer a Deus: «Tu és o meu protector,
porque te esqueces de mim?
Porque hei-de andar triste sob a opressão do inimigo?»
Quebram-se os meus ossos,
quando os inimigos me insultam
e repetem a toda a hora:
«Onde está o teu Deus?»

Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?
Confia em Deus: ainda o hei-de louvar.
Ele é o meu Deus e o meu salvador.

Quando o salmista diz que a sua «alma» tem sede de Deus, não imagina uma sede puramente espiritual ou intelectual. A palavra «alma» sugere muito mais o facto de a sua sede vir do fundo do seu ser e afecta tudo o que lhe é vital. Para quem tem esta sede, viver sem Deus já não é viver, pois sobre esta terra a vida só é plena num louvor a Deus.
para ler mais clica aqui  http://www.taize.fr/pt_article175.htm