Como suspira a corça pelas águas correntes,
assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
Quando poderei contemplar a face de Deus?
Dia e noite as lágrimas são o meu alimento,
porque a toda a hora me perguntam:
«Onde está o teu Deus?»
A minha alma estremece ao recordar
quando passava em cortejo para a Casa do Senhor,
entre vozes de alegria e de louvor
da multidão em festa.
Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?
Confia em Deus: ainda o hei-de louvar.
Ele é o meu Deus e o meu salvador.
A minha alma está abatida:
por isso, penso muito em ti,
desde as terras do Jordão e dos montes Hermon e Miçar.
De abismo em abismo ressoa
o fragor das águas revoltas;
as tuas vagas e torrentes passaram sobre mim.
Durante o dia, o Senhor há-de enviar-me os seus favores,
para que eu reze e cante, à noite, ao Deus que me dá vida.
Quero dizer a Deus: «Tu és o meu protector,
porque te esqueces de mim?
Porque hei-de andar triste sob a opressão do inimigo?»
Quebram-se os meus ossos,
quando os inimigos me insultam
e repetem a toda a hora:
«Onde está o teu Deus?»
Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?
Confia em Deus: ainda o hei-de louvar.
Ele é o meu Deus e o meu salvador.
Quando o salmista diz que a sua «alma» tem sede de Deus, não imagina uma sede puramente espiritual ou intelectual. A palavra «alma» sugere muito mais o facto de a sua sede vir do fundo do seu ser e afecta tudo o que lhe é vital. Para quem tem esta sede, viver sem Deus já não é viver, pois sobre esta terra a vida só é plena num louvor a Deus.
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